terça-feira, 8 de maio de 2012

Doente de Treinar


Correr sempre mais e melhor é o ideal para todos? Seja qual for sua resposta, leve em conta que o organismo precisa de um tempo para se recuperar de uma atividade física e fazer as mudanças que vão deixar o corpo mais forte e resistente.

Vamos explicar melhor esse conceito importante da atividade física: melhoras ou evoluções no nosso organismo (e, conseqüentemente, em nosso desempenho) só são alcançadas quando todo o processo de adaptação é executado de forma satisfatória. Esse processo compreende: estímulo, fase de recuperação, após estímulo, estímulo mais forte, fase de recuperação e assim por diante, completando os ciclos determinados por você ou por seu treinador. Ou seja, seu corpo se esforça, descansa, recupera e se fortalece para um novo esforço, e assim sucessivamente.

Longe do estresse
É necessário notar que a fase de recuperação é tão importante quanto o estímulo, por ser quando o seu organismo se “adapta” e se fortalece para o tipo de esforço que está sendo aplicado. Esse esforço (ou estresse) varia conforme alguns fatores:

• intensidade e duração do exercício,
• seu nível de estresse pessoal,
• clima,
• sua alimentação antes, durante e depois do exercício,
• suas horas de sono,
• seus objetivos.

Esses fatores influenciam não só o desempenho durante o exercício, mas também sua vida diária. Não levar a sério algum deles ou o descanso pode provocar desde um resfriado desagradável até uma fadiga ou uma doença crônica. Em médio e longo prazos, o desrespeito a esses conceitos provoca alterações fisiológicas, bioquímicas e mesmo psicológicas no indivíduo. Portanto, é fundamental:

• fazer o repouso necessário a seu organismo, seja em horas de sono ou em dias sem atividade física;
• alimentar-se apropriadamente para seu nível de exercício antes, durante e depois do esforço;
• entender e respeitar o objetivo de cada treino. Ou seja, respeite os limites do seu corpo.

Janela fechada
As conseqüências de extrapolar os limites são alterações em seu equilíbrio hormonal ou um quadro de overtraining. Hoje sabemos também que, especialmente nas 72 horas após um esforço elevado (como uma maratona ou uma meia maratona), o atleta apresenta uma queda brusca da eficiência do sistema imunológico, chamada de “janela aberta”. Mesmo respeitando as regras discutidas acima, a resistência do organismo cai após um esforço grande.
Se ainda por cima o atleta dormiu pouco, não repousou ou se alimentou mal no processo, sua “janela” vai estar escanca- rada para as doenças, infecções etc.

Por isso, em períodos de estresse elevado - seja decorrente de exames escolares, situações profissionais que exijam mais atenção que o comum ou mesmo problemas familiares - é recomendável uma diminuição na carga de treinos. Faça uma auto-análise honesta de seu nível de estresse e converse com seu treinador.

Aliás, sua própria carga de exercícios pode ser a causa de um desequilíbrio e, ao “aliviar” um pouco o treinamento, você diminuirá a agressão contra seu metabolismo e contra seu sistema imunológico. Certifique-se de que seu corpo esteja sempre capacitado para se defender de qualquer doença que possa atrapalhar sua corrida.

O Talentoso e o Genial



A diferença entre quem tem o emprego garantido e quem tem a carreira garantida

Um dia, Arthur Schopenhauer saiu-se com esta: “Ter talento é acertar num alvo que ninguém viu”. É claro que o filósofo alemão estava falando dele mesmo, mas sua observação se aplica a qualquer área e qualquer tempo. Schumacher é talentoso, Senna era gênio; Mel Brooks era talentoso, Woody Allen é gênio; Álvaro Siza é talentoso, Oscar Niemeyer é gênio; Tom Peters é talentoso, Peter Drucker era gênio, e por aí vai.

No dia-a-dia do trabalho dentro das empresas, é raro que alguém seja qualificado como gênio, já os talentosos são encontrados com mais facilidade. Ser um talento é investir no desenvolvimento pessoal para alcançar o alto desempenho, ser um gênio é estar permanentemente preocupado com o desenvolvimento pessoal apesar de bom desempenho. O talentoso aumenta o resultado da empresa, o genial cria novas maneiras de aumentar ainda mais o resultado. O talentoso tem as respostas corretas, o genial faz perguntas certas. O talentoso supera o genial extrapola. O talentoso tem o emprego garantido, o genial tem a carreira garantida.

Entre os líderes, há os talentoso e os geniais. Se alguém não for nem uma coisa nem outra, será no máximo um chefe. É preciso ter, pelo menos, talento para liderar pessoas em direção a um destino, mas, quando o líder é gênio, as coisas se movem com uma energia que, além de imensa, parece inesgotável. Líderes geniais colocam o futuro no presente com a facilidade de uma máquina do Spilberg, este, um cineasta genial. Fazem com que as pessoas desdenhem as dificuldades momentâneas em nome de um objetivo a ser alcançado no futuro. O psicólogo Viktor Frankl liderou seu companheiro de Auschwitz em direção a uma realidade futura, porque o presente era duro demais para ser suportado, e ninguém tinha o poder de mudá-lo. Mas o futuro pode, sim, ser construído de acordo com a nossa vontade – afinal, por enquanto, ele só existe na nossa cabeça. Com isso Viktor salvou seus companheiros da depressão e da morte, pois viviam em função dessa realidade futura, que lhes pertencia por direito de criação. Coisa de gênio.

Líderes geniais não trabalham com metas a serem atingidas, mas com causas a serem respeitadas. William Wallace, o herói escocês que liderou os camponeses a defender a pátria da invasão inglesa, não se referia às terras que tinham de ser preservadas, mas à liberdade que não podia ser perdida. A terra é uma propriedade, a liberdade é uma essência, e as pessoas precisam de causas para justificar a sua existência. Em um mundo carente de valores, causas são artigo de luxo. Mas o líder genial sabe pintar o bonde da meta empresarial com as cores da causa existencial.

Fonte: Fitness Mais