A diferença entre quem tem o emprego garantido e quem tem a
carreira garantida
Um dia, Arthur Schopenhauer saiu-se com esta: “Ter talento é
acertar num alvo que ninguém viu”. É claro que o filósofo alemão estava falando
dele mesmo, mas sua observação se aplica a qualquer área e qualquer tempo.
Schumacher é talentoso, Senna era gênio; Mel Brooks era talentoso, Woody Allen
é gênio; Álvaro Siza é talentoso, Oscar Niemeyer é gênio; Tom Peters é talentoso,
Peter Drucker era gênio, e por aí vai.
No dia-a-dia do trabalho dentro das empresas, é raro que alguém
seja qualificado como gênio, já os talentosos são encontrados com mais
facilidade. Ser um talento é investir no desenvolvimento pessoal para alcançar
o alto desempenho, ser um gênio é estar permanentemente preocupado com o
desenvolvimento pessoal apesar de bom desempenho. O talentoso aumenta o
resultado da empresa, o genial cria novas maneiras de aumentar ainda mais o
resultado. O talentoso tem as respostas corretas, o genial faz perguntas
certas. O talentoso supera o genial extrapola. O talentoso tem o emprego
garantido, o genial tem a carreira garantida.
Entre os líderes, há os talentoso e os geniais. Se alguém não
for nem uma coisa nem outra, será no máximo um chefe. É preciso ter, pelo
menos, talento para liderar pessoas em direção a um destino, mas, quando o
líder é gênio, as coisas se movem com uma energia que, além de imensa, parece
inesgotável. Líderes geniais colocam o futuro no presente com a facilidade de
uma máquina do Spilberg, este, um cineasta genial. Fazem com que as pessoas
desdenhem as dificuldades momentâneas em nome de um objetivo a ser alcançado no
futuro. O psicólogo Viktor Frankl liderou seu companheiro de Auschwitz em
direção a uma realidade futura, porque o presente era duro demais para ser
suportado, e ninguém tinha o poder de mudá-lo. Mas o futuro pode, sim, ser
construído de acordo com a nossa vontade – afinal, por enquanto, ele só existe
na nossa cabeça. Com isso Viktor salvou seus companheiros da depressão e da
morte, pois viviam em função dessa realidade futura, que lhes pertencia por
direito de criação. Coisa de gênio.
Líderes geniais não trabalham com metas a serem atingidas, mas
com causas a serem respeitadas. William Wallace, o herói escocês que liderou os
camponeses a defender a pátria da invasão inglesa, não se referia às terras que
tinham de ser preservadas, mas à liberdade que não podia ser perdida. A terra é
uma propriedade, a liberdade é uma essência, e as pessoas precisam de causas
para justificar a sua existência. Em um mundo carente de valores, causas são
artigo de luxo. Mas o líder genial sabe pintar o bonde da meta empresarial com
as cores da causa existencial.
Fonte: Fitness Mais
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